quarta-feira, 10 de abril de 2013

o mundo é pequeno pra caramba, o mundo é uma esfiha de carne

Chuva vem me dizer que o dia começou. Quando bate na minha janela e eu acordo pensando num olhar que um dia pregou-se aos meus olhos. Algo havia chamado tanto a minha atenção. Talvez fosse a curiosidade que transbordava daqueles olhos escuros ou a suavidade dos traços faciais claramente marcados por uma história de vida... Talvez fosse a atenção e aquela luz que parecia emanar por todo o pátio. Eu estava atrasada, cansada de baldeações de metrô e de tanta pressa pra ver tudo e todos. Estava tão nervosa, acho que eu tremia um pouco e não conseguia saber se ficava quieta ou me desembestava a falar. Aquele momento foi só uma previsão de um futuro que não estava tão distante. Mas eu nunca poderia ter previsto a intensidade emocional que viria ao meu encontro, como se eu tivesse encontrado uma peça pra um quebra-cabeça que finalmente encaixava nesse mundo meu, nesse mundo que eu criei pra mim mesma e pra todo mundo que quisesse fazer parte dele. Eu nunca poderia ter previsto lágrimas numa madrugada e uma abertura emocional que eu havia prometido a mim mesma que não aconteceria. Eu também não poderia ter previsto uma pá que pareceu se enterrar em algum lugar e trazer pra superfície coisas esquecidas de momentos passados, de sonhos e desejos tão profundos. Eu poderia, no entanto, ter previsto o apego, a identificação e o carinho... Poderia ter previsto as horas sem dormir e também o macarrão cru na madrugada - nada muito diferente da minha infância. Mas agora eu fico nos preenchendo de previsões; de um futuro que, na minha opinião, já foi decidido e já foi traçado. Sei que talvez eu não ajude, que eu só prejudique e acho que devia ficar quieta, que devia encher só eu mesma destas previsões e abrir meu livro de matemática.



"- Eu entendo porque você não quer se abrir e admitir o que você sente. Eu acho que você só tem que abrir um espaço dentro de você mesma para se permitir. Não precisa definir nem nada disso, mas nao se priva disso só porque os outros dizem que não."

"- Cara, eu acho que eu nunca desejei tanto que você estivesse comigo agora, So... Eu não sei como uma pessoa tão pequena pode fazer uma falta tao grande. Tô sentindo incrivelmente falta da sua companhia, da sua presenca aqui.. Te amo, So."

Nenhum comentário: