os porquês dessa escala

Foi em dezembro de 2006 que um "sim" me jogou num mundo totalmente louco e novo. Esse mundo era o aquele com 6 continentes, quase 200 países, milhares de línguas, culturas, etnias.
Foi quando eu descobri que eu era brasileira, que só aqui tinha pão de queijo e brigadeiro! Que bolo de fubá, tapioca, paçoca, bananinha... tudo isso era da minha terrinha! Foi quando eu descobri o que era ser latino americana, o que era fazer parte de um povo caloroso e de um país tão grande e louco como o meu.
Quando eu olho pra trás, eu digo sem hesitar que o CISV mudou minha vida. Que as pessoas maravilhosas que eu conheci nos três programas dos quais participei mudaram minha vida, me fizeram passar por tanta coisa, aprender tanta coisa, viver tanta coisa... A bolha do CISV é (e sempre será) muito boa, mas ela me fez perceber que existia muito mais coisa para se conhecer.
Em agosto de 2011, um líder do CISV muito querido, que me guiou pro Equador e me ajudou numa fase muito difícil da minha vida, Marcelo Blanco, mandou uma mensagem no Facebook pra mim e pros outros jovens da minha delegação de Interchange, falando sobre essa organização internacional chamada United World Colleges. Ele nem sabia direito do que se tratava e mal sabia ele que aquele divulgação inocente acabaria mudando o rumo da minha vida.
Eu sabia que o processo seletivo era complicado. Sabia que eu teria que passar por três etapas muito concorridas e não tinha ideia de com quem eu estaria competindo. Eu não fazia ideia do meu futuro, era muito estranho. Dali a um ano eu podia estar longe da minha família e longe dos meus amigos... Podia estar morando e estudando num colégio internacional em algum canto desse mundo...
Depois de três etapas do processo, meu telefone tocou no meio da aula de Matemática.... Só quem viveu aquele momento comigo sabe como foi um choque, como eu tremia, como eu fiquei sem reação - e ao mesmo tempo tinha toda a reação do mundo! Era a Nina do comitê UWC, dizendo que eles haviam me escolhido para uma bolsa de estudos na Bósnia & Herzegovina.
Em agosto de 2012, embarquei numa viagem para morar com mais 150 pessoas num colégio internacional nesse país na Europa Oriental. Dezesseis anos após o fim da guerra, Mostar, a cidade em que se encontra o colégio, é claramente marcada pela guerra e é dividida em dois pelo rio Neretva: de um lado, a parte bósnia e muçulmana, do outro, a parte croata e católica.

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