quarta-feira, 19 de março de 2014
os da minha rua (ou bolo-de-peixe e marca-texto)
Não sei qual foi a última vez que falei com o abacateiro, e, na verdade, acho que faz tanto tempo que passei por essa transição que acaba fazendo sentido eu não ser capaz de resgatar nenhuma memória, embora pareça idiota que abacateiros não falem mais enquanto me deparo com gatos falantes chamados Roberto, que se esgueiram para trás da parede de escala - ah, se eu fosse um gato! - e permanecem sorrateiros mesmo com os chamados em voz fina - "mali, dođi vamo" -, especialmente porque penso que se eu fosse Roberto não perderia a oportunidade de escapar do quarto e deixar uma mensagem em marca-texto verde - good night - e deixar o cheiro do bolo-de-peixe cozinhado no primeiro andar, sem ter ao menos me perguntado sobre as risadas que haviam irritado o sótão inteiro só por causa de um esquete que nem mesmo foi atuado.
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Um comentário:
Muito interessante!
GK
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