me perdi na beira do mar
Sinto falta da praia.
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Fui-me e desapareci no infinito desejo de existir no presente. E perdi o meu futuro. Por querer tanto estar e ser. Se mereci, então, cabe a mim entender e pisar com as pontas dos pés próximo à água do mar.
Sem medo de me perder.
(escrito em algum lugar da costa croata no dia 22 de março de 2014)
beira do mar, lugar comum
(...) E penso que crescer em praias de areia me fez imaginar que o solo da praia era estático, não se movia. Só a água se movia. E já havia ouvido dizer que a areia se movia, mas pensava que ela o fazia quando ninguém estava olhando. Ela parecia tão calma e aglutinada debaixo de mim, debaixo da espuma das ondas. E eu adorava caçar aqueles pequenos bichinhos que pegavam jacaré para chegar na praia e se enterrar ali na areia. Era um passatempo e tanto.
E agora penso que as praia de pedra não são mágicas dessa forma. Mas são mágicas pelo barulho das pedras dançantes quando a onda retorna para o mar. A água as suga como se esperasse trazê-las de volta. Desmanchando a (in)existente formação.
Beira do mar, todo mar é um
Começo do caminhar
Pra dentro do fundo azul
Tudo isso vem, tudo isso vai
Pro mesmo lugar
De onde tudo saiu
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