"O que eu mais odeio é o que os goodbyes já estão aqui." É o que me diz essa pequena patriota quando caminhamos pelo nosso caminho habitual. Essa cena se dá depois de estarmos sentadas em sua cama, abraçadas, não querendo partir. "Não quero ir pra casa" ela também me disse. E vi ela assim: pequena, frágil e sensível. Pulei para um abraço e senti o gosto ácido na minha boca. Entendi então que essa descrição não era nada diferente de como eu havia me visto uma hora antes, encolhida numa cama familiarmente confortável, desejando dormir para não ter que concentrar a minha respiração para expirar aquela bola de lã que se formava no meu peito. Pequena, frágil, sensível. Como uma formiga.
A minha resposta foi sincera; disse que os goodbyes só estão aqui se nós os fazemos estar. "And I mean it". Porque foi naquela pequena escadaria de Old Man's, quando eu deixei um brinco pra trás, em que prometemos não falar. E nós duas sabíamos que enquanto não colocássemos aquilo em palavras, em voz alta, uma na frente da outra, não seria tão difícil. E é também por isso que não gosto de escrever sobre essas pequenas coisas que me vão fazer falta, pois as conheço muito bem e a saudade de verdade não virá enquanto eu não a escrever.
Então por enquanto a largamos naqueles degraus e naquele caminho habitual. Largamo-na em um sono profundo de pedras e uma escovada lenta de cabelos longos. Largamo-na porque não a necessitamos no momento, muito obrigada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário