terça-feira, 12 de março de 2013

loucuras do IB, alcances, arrogância e "deixadas"

Hoje foi um dia morto. Sempre que perco a voz, sinto que todas as energias em mim se esvaem. A única coisa decente que consegui fazer hoje foi corrigir a IA de Economia de uma amiga e ter uma conversa muito boa com Carme (Espanha) e nossa professora de História, Pauline. Conversamos sobre nossas EEs, que nós duas queremos fazer em History. Carme quer escrever sobre o conflito da Bósnia e, por isso, ficamos meia hora depois do final da aula conversando sobre o conflito e depois conversamos sobre a Guerra Civil Espanhola (que estamos estudando nas aulas) pela perspectiva da Catalunha em comparação com a perspectiva de outras regiões da Espanha.
Não vou me prolongar em explicação sobre termos do IB, porque não acho nada necessário... Mas basicamente IA é Internal Assesement, basicamente uma redação que vale tipo 25% da sua nota final, e que é corrigida pelo seu professor. A EE é a Extended Essay que eu traduziria simplesmente com Monografia. No sábado, tivemos uma palestra sobre a EE e estamos sendo forçados e escolher essa semana sobre o que queremos pesquisar e escrever. Começa com você escolhendo uma matéria, depois um tópico, depois uma "questão investigativa" e por fim escrevendo-a. É, jogaram isso na nossa cara, assim, super simples. Ah, eu tenho 10 dias pra decidir no que vou querer mergulhar desde agora até Março do ano que vem. Tão simples... Mas enfim, tenho quase certeza de que vou fazer em History (talvez em Peace&Conflicts). Meu problema é que tenho muitas ideias na cabeça: não se quero escrever sobre a Grécia Antiga e sua mitologia (pela qual sou fascinada), sobre O Príncipe de Maquiavel, sobre a ditadura militar no Brasil, sobre o impacto da sociedade portuguesa na sociedade brasileira, sobre a formação da identidade brasileira... Acho que são todos tópicos sobre os quais eu gostaria de pesquisar e não sei o que vão escolher.
Mas, bom, o motivo pelo qual o dia de hoje foi "morto" é por conta das loucas últimas duas semanas que eu tive, sem tempo pra fazer nada fora uma coisa. E agora que essa coisa passou (e foi sensacional!!!), parece que minha vida está vazia (o que é uma mentira, considerando o IB). Estou tão orgulhosa e feliz pelo evento de ontem e devo dizer que tive o melhor extended check-in, no telhado de Abrasevic com Si-Jull, Aurelia, Bo, Bengisu, Maud, Markéta, Jochem, Anita, Yuval, Ogi e Mojmir. Foi lindo quando nos abraçávamos e cantávamos e sentíamos "o amor da geração". Nada como se sentir em casa, como abraçar pessoas queridas, abrir os olhos e se dar conta da realidade, se dar conta da sorte em estar viva, em sentir, em amar, em querer e aspirar por tantas coisas. E eu sei que temos egos tão gigantescos, somos tão orgulhosos e nos achamos tão bons de vez em quando, mas somos capazes de alcançar tanto, mesmo com todo o criticismo e a arrogância.
Na verdade, devo dizer que tem me estressado bastante essa questão da arrogância: das pessoas acharem que elas entendem tão melhor as coisas do que outros, que se outra pessoa discorda da sua opinião, ela é ignorante e está completamente errada. Principalmente quando se diz respeito à arte. Mas como eu disse, os egos daqui parecem ser completamente enormes e a junção deles pode muitas vezes ser explosiva.

Ontem, me dei conta de que meus segundos anos vão embora logo mais. Eu sempre soube; sempre disse pra mim mesma que eu tinha que me preparar psicologicamente, não ficar muito apegada a eles (mas ser capaz de amá-los ao mesmo tempo); que não iria chorar na formatura deles, porque a vida segue e isso não pode ser uma coisa triste. Mas ontem, quando pessoas me disseram coisas tão bonitas e quando me enfiei num abraço delicioso de uma segundo ano que chorava absurdos, que me apertava com tanto amor, senti uma pontada em algum lugar e ameacei chorar. Quando juntei as forças pra soltar o abraço, recebi tantos mais. Alguns silenciosos com muito amor, outros tão felizes e orgulhosos, cheios de palavras bonitas e lisonjeiras. Senti algo indescritível que foi tapado pelo meu cansaço, que me impedia de sorrir com meus olhos e só me permitia sorrir com os lábios.
Não sei como vai ser olhar meus segundos anos fazerem as malas pra deixar esse lugar. Não sei como vou aguentar, porque eu vivo ao redor deles a maior parte do meu tempo. Óbvio que amo meus co-anos, mas 70% da minha residência é composta por segundos anos. Como vou deixar minhas roommates partirem e deixarem Mostar - me deixarem? Não sei. Não me gusta pensar sobre isso. Doí o coração, doí meus músculos, doí tudinho. Parece que não temos festas o suficiente, não temos finais de semana o suficiente nem  suficiente tempo livre para matarmos juntos antes do final do ano... Parece que a vida é composta por fases, que essa fase daqui um dia acaba pra outros e um dia acaba pra mim. They are the love generation.

Um comentário:

Kelly Matias disse...

Eu estou feliz que você está curtindo tanto a sua UWC experience, com esses momentos de discussão, de reflexão, de aprender tanto com as pessoas ao seu lado! Continue curtindo, o tempo passa tão rápido minha querida, faça tudo aquilo que quer fazer, sem remorso, só com risos e felicidade!
Abraços da sua segundo ano <3