A comida com certeza não é a melhor coisa sobre UWCiM, mas é comível. Acho que eu vou me acostumar aos poucos. A parte boa é que basicamente toda refeição tem frango (e não carne). Mas a gente sempre pode comer em qualquer lugar pela cidade, e tudo é muito barato. Por exemplo, eu paguei o equivalente à R$ 3,25 no Ćevapi de ontem. O sorvete aqui do lado de Musala custa R$ 1,30 e é o melhor.
O prédio laranja? UAU. Aquele troço é impressionante. E incrivelmente bonito. É surreal o quanto ele combina com a cidade e com o lugar, sei lá. Eu falo isso mesmo odiando amarelo e laranja... A pior coisa sobre o prédio laranja é que o andar do UWC (cada andar é de uma escola) é o terceiro e último, e subir as escadas não é nada legal. Mas paciência...
Meu quarto é ótimo. Pouca sorte ter ficado em Musala, viu... Além de ser longe, Sušac tem quartos bem menores. A Tamar (Israel) me contou que a cama dela na verdade é um sofá e que ela tem um armário pra dividir com as outras duas roommates. Eu tenho meu próprio armário, escrivaninha e cama. Além disso, em Musala, ficamos sentados na frente da casa, tipo numa varanda, conversando.
As pessoas são, na grande maioria, muito simpáticas e acolhedoras. Os meus co-years são bem legais, mas não conheço muito eles, porque somos 16 first years em Musala e todos os outros 60 estão em Sušac. Mas já que há 70 segundos anos em Musala, conheço-os melhor e posso dizer que são ótimos. Tem gente muito diferente.
Agora, decepções? As pessoas não se gostam tanto. Eu realmente estava esperando uma coisa bem de família, todo mundo morando junto e amigo. Mas não é verdade. Muita gente não se gosta e existem, sim, grupos. Não sei se isso é particular do UWCiM, mas acontece. A divisão mais clara é entre locals e internationals. Muitos locals não se dão ao trabalho de conversar muito conosco, internationals.
Há muita gente que está aqui só pelo IB, pela qualidade de ensino e pela oportunidade de estudar em uma universidade nos EUA. Tudo bem, não acho isso errado, mas acho que isso tem que ser visto como um bônus, não como a principal coisa. Estar num lugar como esse, com tanta gente diferente, de lugares tão diferentes, culturas tão diferentes, línguas tão estranhas... Não dá pra pegar uma experiência dessas e transformá-la só em estudo.
Uma coisa que me surpreendeu daqui e que não devia ter me surpreendido (sim, o UWC muda a opinião das pessoas em apenas uma semana) é que realmente não importa de que país você vem. Eu estava bem assustada com como eu seria recebida, se fariam um alarde só por eu ser brasileira. Algumas reações foram engraçadas, mas a maioria das pessoas não liga nenhum pouco pra o seu país de origem. O que conta é o aqui e o agora.
Se eu sinto falta de casa? Sim, com certeza. Dos meus amigos? Muita saudade. Mas geralmente só quando eu estou sozinha na residência, como agora. Porque quando estamos por aí, a gente acaba esquecendo que tínhamos uma vida antes disso aqui. E isso não é uma coisa ruim, de verdade.
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