segunda-feira, 22 de outubro de 2012

anniversary #2

Dois meses em Mostar significa acordar de manhã cedo sabendo que é dia de tomar sorvete e ir na nossa praia. Achei que Bo só voltaria da caminhada no dia seguinte e isso me entristeceu um pouco. Por isso, encontrar ela de toalha no corredor do segundo andar foi a maior alegria do dia.
Às 20h, fui ao quarto de Ali busca-la, depois de ter indo com Toam no shopping comprar uma faca decente pra cozinhar e um fervedor de água elétrico. Paramos na sorveteria Musala e depois caminhamos para a nossa praia, enquanto a ouvia contando sobre os dias maravilhosos que ela teve caminhando com um grupo incrível de pessoas e tendo muita diversão. Sentamos em frente ao rio, entre as duas pontes, como fizemos no primeiro dia em Mostar.
Contamos sobre os pontos altos das nossas Project Weeks. Incrível como a semana foi longa: parece que não via Bo há um mês, principalmente porque tínhamos tanta coisa pra contar uma pra outra.
Ela tinha que estudar pra uma prova do dia seguinte e eu tinha um Skype marcado (com uma Flávia querida), por isso estávamos com o tempo contado. Mas não vimos o tempo passar. Ficamos lá, debaixo das poucas – mas muitas pro padrão paulista – estrelas de Mostar, conversando sobre nossas mudanças pessoais durante esses dois meses. Conversamos sobre o futuro, sobre o presente, sobre o passado. Conversar com Bo é sempre sinônimo de paz, de calmaria, de risadas e sinceridades. Conversamos sobre a relação dela com Ali, sobre como viver o presente é importante (ela tem um grande adesivo “Carpe Diem” na janela do quarto) e muitas pessoas daqui não se dão ao trabalho de se envolver em relações por saberem que acabarão.
Ah, Bo é uma das pessoas mais ativas da nossa geração. Ela está sempre querendo criar algum projeto. O que eu gosto nela é que ela não só reclama e fala, mas ela realmente vai atrás e faz. Disse pra ela que sinto que Theatre consome todo o meu tempo e energia, senão estaria muito mais envolvida na escola. O que é totalmente verdade: até agora não consegui participar apropriadamente de nenhuma sessão da MUN (Modelo das Nações Unidas). Ao mesmo tempo, não me arrependo. E disse pra Bo que ajudarei ela com o que precisar. Temos planos pra melhorar nossas condições, pra melhorar a integração das moradoras (e dois moradores) do segundo andar de Musala e pra organizar melhor as coisas. Pensamos alto às vezes, mas gosto do otimismo das nossas palavras ditas.
Corri para Aleksa, meia hora atrasada, e tive 15 minutos de puro alívio por finalmente, depois de dois meses (literalmente), conseguir ouvir a voz querida da Flávia.

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