quarta-feira, 30 de abril de 2014

él decía

Ele me disse algumas coisas que me foram trazidas de volta aos poucos, enquanto relia um diário de três anos atrás. Tudo pareceu muito vivo enquanto eu ria das memórias redigidas.

Ele me dizia que, se havia alguém que sabia de (quase) tudo, era eu. Brincava de dirigir ao redor de retornos. Tentava aprender português, mas só arranhava umas poucas palavras inapropriadas. Ele brincava sem parar com um erro que eu havia cometido, confundindo anos com meses. Ele me chamava de aventureira.

Sentou-se ao meu lado naquela noite de ano novo em que eu tapava minha boca para não falar. Mandou eu me limpar na piscina. Ele riu de mim, da minha idade, do meu estado naquele momento; “you need to smile, Sofi”, disse e completou falando que eu ainda tinha muito pra viver. Eu achava que ele também.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

quincas e humanitas

Embora não tivesse chegado em sua meta, levantou subitamente e vestiu os brincos num ato automático.

“Onde você vai?”

“Não sei”, disse descendo as escadas. Tinha o pequeno caderno saindo pelo bolso das calças e um livro espiralado nas mãos.

Sentiu o frio das escadarias e saiu pra rua. Virou em uma esquina e estava a ponto de virar por um caminho conhecido quando se pegou virando pra outro lado. Subiu escadas e se deparou com uma igreja.  Contornou-a e desceu ruas, meio sem prestar atenção. Havia esquecido a simplicidade de estar perdida em uma cidade, sem horário para estar em algum lugar, sem medo de realmente se perder.

Descobriu ruelas da pequena cidade até se deparar com a praça que já conhecia. 19 de Abril de 1921, onde havia aterrissado dias antes. Meio inusitadamente, acabou sentada em um banco, lendo. E embora tentasse mergulhar naquelas palavras, o mar lhe chamava. Chamava de forma tão árdua que pingos d’água começaram a cair sobre o papel no exato momento em que ela começara a reparar na existente textura das páginas por trás das palavras

Quando não pôde mais resistir, se levantou e caminhou sobre o convés que adentrava a privacidade do mar. Imaginou ver a cena de fora; uma garota com calças indonésias, brincos de cigana e pés descalços caminhando em direção ao mar, a ponto de se entregar à vastidão. Tinha considerado deixar o livro e o caderno pra trás, mas, por medo de tê-los arrastados pelo vento, caminhava com eles junto ao corpo. Prestava atenção no mar debaixo dos seus pés que podia ver por entre as frestas que separavam os pedaços de madeira.

Quando chegou à ponta do convés, sentou-se cuidadosamente e colocou as pernas para fora. Surpreendeu-se quando o frio não a tocou. Esperava que os pés alcançassem o mar e, dessa forma, o mar a alcançasse. Mas por causa dos limites do seu corpo – o tamanho compacto – não chegou a tocá-lo. E ele não a tocou de volta. Permaneceu ali sentada. Fechou os olhos deixando o vento bater. Um pingo caiu sobre a sua face. Queria tocar a água.

Levantou-se lentamente e virou com cuidado. Subiu para a rua e caminhou até outras escadas que havia avistado. Chegando nelas, colocou o livro no chão e o caderno sobre ele. Tirou as sandálias e desceu as escadas com as pontas dos pés, ansiando pelo frio que a esperava no final da escadaria. A água a alcançou antes que ela a alcançasse: uma leve onda a pegou de surpresa. Pisou na praia de pedras coberta pelo mar. Levantou a barra das calças e foi tomada pela sensação de sua energia escorrendo e se diluindo junto ao sal do mar. Fechou os olhos por uns instantes.

Os pingos da chuva continuavam caindo e decidiu que era hora de voltar. Subiu as escadas, vestiu as sandálias e encarou a cidade: o mar, os telhados laranjas das casas brancas e a estátua no topo da pequena capela. Retornou pela rua enquanto a chuva apertava levemente. Passou por uma senhora com bengala e esqueceu de dar olá, arrependendo-se momentos depois. Poderia ter voltado. Mas de que importava? Não falava a língua. 

Pensou na entrevista com a escritora mexicana que havia lido algumas horas antes, porque pensava em escrever. Revendo isso, percebeu que ignorava a chuva. Numa tentativa de não o fazê-lo, passou a notá-lá com muita atenção, calculando quando a próxima gota cairia e sobre que parte de seu corpo. 

Percebeu que se arrastava pelas ruas, pois não tinha ganas de voltar. A chuva a obrigava a fazê-lo. Mas não estaria retornando, mesmo que a chuva estivesse caindo, se não tivesse o caderno e o livro em mãos. Maldito papel e sua textura frágil. Pouco importava. Percebeu reconhecer o caminho, a pizzaria na esquina e logo se encontrou em frente à ruela do apartamento. A porta estava aberta. Talvez estivesse esquecido de fechá-la.

PS: Quincas e Humanitas desejam um feliz dia do livro! 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

temporariamente ausente (ou pelo simples ato de escrever)

"(...)

Acontece que sou terrível. Que me deixo atingir por banais acontecimentos e não me deixo atingir por brutalidades da vida. Porque sou assim, de uma pedra resistente ao vento mas irresistente às leves ondas do mar. Sou euforia em bocados e desespero em outros.

(...)

E porque sofro, percebo que existo. Porque me encontro nessas madrugas depois de um dia de criança de estudo, sabendo que nada é certo. Que minhas amizades são parte da falsidade do tempo. Porque sento sobre as pedras à beira do mar e percebo que em dois anos esse momento será só uma memória. E a realidade é que nunca vou saber se é uma memória ou a memória de uma memória. E nunca vou saber se estou cega ou se sou cega por acreditar estar cega.

Tenho medo. Tanto medo que me curvo sobre a mesa, sentindo a dor dos nós nas minhas costas. Medo da incerteza que antes me parecia uma lombriga prazerosa – mas afinal de contas, coisas que achamos excelentes se provam malévolas mais cedo ou mais tarde. (...)

Porque me permito sofrer, sei que vivo. Sei que sou tão simples quanto os que me cercam e tão complexa quanto os que não compreendo. Sei que ninguém me conhece e nem eu mesma. (...) Que sou só um bocado de lembranças de tardes no metrô, de riqueza e felicidade. Sou brutamente um nada que existe e, mais, vive. Com medo."

E por conta desse medo sobre o qual persisto escrever (e como um velho amigo me dizia, tenho uma paixão insolúvel pelo medo),  mas não só por ele, esse blog se encontra, temporariamente, num segredo pessoal. Ausente pra todos, menos pra mim mesma.

Porque ando escrevendo pouco no meu journal, está na hora de pelo menos escrever aqui por ninguém. Só pelo ato de escrever. Escrever pra mim mesma e ninguém mais.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

sobre a sorte e a maré

Sujeito de sorte aquele que se senta em um café expirando o fermento das pinturas nas paredes. O passarinho canta como o relógio de parede de sua infância enquanto vê o tempo se esgotar. ¿Por que te vas? Morangos, perdizes, baratas pela manhã.

Dois anos atrás, numa aula de matemática, o telefone tocou sem explicação nenhuma. Um número desconhecido. Dois anos depois, o agora; esse agora em que o aniversário de uma colega de quarto traz grandes amigos pra dentro da madrugada, folheando um grande livro.

Sujeito de sorte que recebe lenços de um garçom atencioso quando se está a chorar ou é resgatado por amigos por ter adormecido dentro do banheiro. Meus pequenos.

Sujeito de sorte aquele que ouve o vento uivar a um vidro de distância e que joga açucar sobre o pires. Aquele que pode abraçar e ver. Ver, acima de tudo.

Ver, sentir, cheirar. Aquele cheiro diferente de cada pessoa com quem adormece; noites diferentes, quartos diferentes numa mesma residência.

Sujeito de sorte que tem um apoio materno e paterno à distância. Aquele que se isola numa ilha (desconhecida?) para se envergar sobre livros e escritos. Aquele que caminha pelas ruas no meio do asfalto, ignorando a existência da plena e vazia calçada. Buzinas agudas.

Numa tarde num bar depois do último dia de aula, engolindo rakija com um nó na garganta, nos levantamos para um improviso. Virei profissional na arte de improvisar a vida. Talvez por isso não ache que seja mera sorte viver nessa cidade, estar cercada por essas pessoas. Presa numa maré.

Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro

terça-feira, 15 de abril de 2014

bata na porta antes de entrar

"O que eu mais odeio é o que os goodbyes já estão aqui." É o que me diz essa pequena patriota quando caminhamos pelo nosso caminho habitual. Essa cena se dá depois de estarmos sentadas em sua cama, abraçadas, não querendo partir. "Não quero ir pra casa" ela também me disse. E vi ela assim: pequena, frágil e sensível. Pulei para um abraço e senti o gosto ácido na minha boca. Entendi então que essa descrição não era nada diferente de como eu havia me visto uma hora antes, encolhida numa cama familiarmente confortável, desejando dormir para não ter que concentrar a minha respiração para expirar aquela bola de lã que se formava no meu peito. Pequena, frágil, sensível. Como uma formiga.

A minha resposta foi sincera; disse que os goodbyes só estão aqui se nós os fazemos estar. "And I mean it". Porque foi naquela pequena escadaria de Old Man's, quando eu deixei um brinco pra trás, em que prometemos não falar. E nós duas sabíamos que enquanto não colocássemos aquilo em palavras, em voz alta, uma na frente da outra, não seria tão difícil. E é também por isso que não gosto de escrever sobre essas pequenas coisas que me vão fazer falta, pois as conheço muito bem e a saudade de verdade não virá enquanto eu não a escrever.

Então por enquanto a largamos naqueles degraus e naquele caminho habitual. Largamo-na em um sono profundo de pedras e uma escovada lenta de cabelos longos. Largamo-na porque não a necessitamos no momento, muito obrigada.

domingo, 13 de abril de 2014

a cor da capa

Vi o taxi ir embora no horizonte e parei por um instante para vestir minha jaqueta. Larguei minha mochila no chão e foi quando me deparei com aquele prédio ao meu lado. Esquecido e sozinho. Sem cultura, sem moral. Bez kulture, bez morala. Deixei a mochila pra trás e fui me sentar naqueles degraus.

Voltei a pensar na mesma faixa amarela algumas horas depois. I'll be returning on April 12. Ruínas. Tão abandonadas e esquecidas quanto cegos em um asilo. E que se misturam em tantas metáforas e nos fazem perguntar o significado de coisas maiores e inexplicáveis. Buscamos conforto no explicável e no existente, às vezes nos esquecendo que o que há de mais bonito é o que não podemos comunicar. Como a paixão por algo; uma paixão tão profunda quanto a de escrever ou tão profunda quanto o colossal buraco criado entre blocos de pedra. Cavados com uma pá - por cegos.

Gosto como a literatura na qual eu me imirjo me torna tão sensível à diferença entre o universo tangível e o universo da arte. Esse universo que é algo tão intocável e incompreendido quanto a arte contemporânea - o que me leva a pensar em uma conversa no meio do planeta terra. O que me parece um tanto quanto redundante.

Mas foi entre sushis e pães de uma padaria francesa que eu vi aquela brancura. Talvez não a mesma, mas gosto de pensar que era a mesma brancura da cegueira de Saramago. Não vi nada, pra falar a verdade. Talvez nem tudo tenha que ter um significado para todos nós.

E talvez devêssemos pensar mais sobre as semelhanças entre o mundo da cegueira de Saramago e o mundo tangível e explicável. Porque elas existem. E são muitas. Quem somos nós se não seres cegados pelo nosso próprio individualismo, criticismo e egoísmo? Talvez sejamos realmente essa massa: metade indiferença, metade ruindade.

Dois anos atrás, numa aula de filosofia, capturei algumas palavras de um documentário que assistíamos, escrevi-as num caderno de capa preta com a intenção de as fossilizar em minha própria caligrafia.  E agora trago-as de volta com a intenção de melhor compreendê-las.

A realidade real não existe. É sempre um olhar condicionado. Cada experiência de olhar é um limite, não conhecemos as coisas como elas são; só mediadas pela nossa experiência. O olhar é uma interpretação, está sempre mediado pelos nossos conceitos, nossos valores.
Paulo Cezar Lopes

Crescemos e mudamos a cor da capa. Deixamos ruínas como cidade arqueológicas dentro de nossos mochilas, largadas no asfalto de uma rua em plena Sarajevo.

domingo, 6 de abril de 2014

sobre abismos e céus

Acordo desesperada. Nem consigo abrir os olhos. Mas porque sinto tão arduamente o meu coração batendo, sei que já não estou naquele sonho. Sinto um pesar sobre o peito e um grito interno ecoa dentro de mim. Faço esforço para abrir os olhos e descubro que a minha bolsa está ao meu lado; que aquele inútil pesadelo era só uma bobagem.

Mas não era só bobagem. Era a manifestação do nível de frustração e desespero que atingi. Não só porque tenho que me manter sempre pra cima enquanto parece que todos estão rapidamente caindo num abismo de cansaço. Também porque meu computador não funciona mais e a dependência de um computador funcional nesse momento crucial do meu IB e da minha vida UWC fazem com que a situação seja, sem sombra de dúvidas, desesperadora. Tento me manter calma. Respiro debaixo da coberta e abro os olhos outra vez pra descobrir que meu despertador tocará dentro de cinco minutos.

Me pego pensando que talvez eles estejam certos. Eles todos que tiram sarro de mim por passar tanto tempo com primeiros anos. Ou eles todos que dizem brincando você vai passar o resto da vida no UWC, não? Me apavora. E suspiro, ainda ouvindo meu coração esbravejando e deixando minha respiração pesada. Por que arde tanto? Penso que talvez eu não devesse estar acordando num domingo de manhã para fazer uma viagem com primeiros anos, mas, em vez disso, eu deveria estar fazendo o mesmo que a minha colega de quarto. Acordando num domingo de manhã para estudar para os exames finais. Em menos de um mês.

Pavor. Pavor porque me assusta a ideia de pensar que não sei nada de nada. Me assusta a ideia de ficar pra trás enquanto sei que a maioria dos meus co-anos já iniciou o plano de estudos. E eu nem ao menos tenho um. Também sei que a maioria dos meus co-anos já sabe onde estará no próximo semestre. E eu nem mesmo tenho a confirmação disso.

Penso naquele momento de silêncio debaixo do céu marrom (azul? cinza? vermelho? roxo?), enquanto tentava esconder meu rosto. Porque queria esconder minhas lágrimas. Odeio chorar. E, acima de tudo, odeio chorar na frente dos outros. E sei que quando isso se torna inevitável, quando saí do meu controle, é porque o nível está alto. Mas não significa que eu esteja no abismo. E pretendo que isso esteja claro, sobretudo para mim mesma.

Meu despertador toca com a mesma música de sempre. Seixas. Levanto para me preparar, sabendo que nenhum dos três homens estará acordado quando eu os for encontrar na frente de Susac em vinte e cinco minutos. Mesmo assim, prefiro depositar um pouco de confiança. Porque já não me resta energias para não o fazê-lo.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

porque não compartilhamos dos mesmos interesses

Não lembro quais foram as exatas palavras que ela usou. Não lembro talvez porque eu tenha insistido em traduzir as palavras para que mais tarde eu as pudesse escrever em minha língua; ou talvez porque não importavam as palavras e, sim, o sentido que elas expressavam. Foi algo relacionado à importância do perdão em relação à importância do ressentimento. E eu concordei com a cabeça, debaixo do sol, deitada na grama, enquanto assoprávamos dentes-de-leão.

Talvez o fato de que eu não lembre exatamente as suas palavras esteja relacionado à maneira em que tenho vivido. Em fragmentos. Fragmentos isolados, anônimos, exaustos. Que nada mais são do que figuras que caminham na minha frente. Que nada mais é do que as palavras em francês ressonando e aqueles dedos pressionando botões numa máquina pequena e vermelha ao meu lado enquanto adormeço debaixo do sol. E viro marrom.

Esses fragmentos entre silêncios que não são estranhos; são marcas entre conhecidas que se encostam em paredes opostas ou em um pôster do Chaplin pensando em diversas modalidades de solidão e sexualidade. Uma performance. Também me disperso com as lembranças de uma infância alergênica, repleta de carrapatos - mas eles não perigosos, não? - e um cheiro que não consigo associar com nada.

Pão francês. Aquele da padaria da esquina, mas também aquele cozinhado por um bósnio que viveu uns bons anos na França. E um relato de lares roubados.

E me pergunto se há água. Não me imagino morando longe de água. E percebo que vivi a vida toda do lado de um calabouço. Um calabouço tão fixo como essa incapacidade de escrever algo livre. A incapacidade de desassociar isso daquilo. Ou aqui de mim.

Entre conversas embriagadas e sanduíches noturnos, há mais fragmentos. E há ainda mais fragmentos na falta de sono e naquele música que me traz uma paz imediata porque me lembra de uma criança dormindo no pé da cama. Criança quase emancipada, caindo no sono. Desfigura-se em conversas durante o almoço que acabam em emburramento e questionamento de mim mesma. Sem vergonha. E com pura culpa que me sobrevoa a minha mente toda vez.

Fragmento bom como aquelas cinco horas em que planejamos estudar e acabamos sentadas na minha cama. Ou ainda melhor como aquela risada por conta de uma máquina de lavar e risoto.

Ou cru como seres escondendo suas faces por medo do que veem. E quando me apaixonei por Kielowski três anos atrás, numa mera aula de filosofia, eu nunca imaginaria estar nesse fragmento de vida tão brutal. E cru.

Cru como peixe. Como isca. Mortal como a sobrevivência e as florestas nigerianas de um soza. Mortal como essas meras lembranças que são fragmentos. Tão mortais que me assusta escrevê-las. Imortal registro, fonte primária.

PS: O título dessa postagem foi completamente aleatório, relacionado à frase dita por minha colega de quarto enquanto relatava um acontecido do nosso dia para um querido primeiro ano. Essa frase foi ouvida no momento em que me peguei pensando em como nomear outro fragmento inútil e imoral como esse. E deixo outros fragmentos na pasta de rascunhos.

terça-feira, 1 de abril de 2014

mamas' room




Background info: Depois de tanto drama pra tirar a foto do quarto 10 para o Yearbook, finalmente agendamos a presença de pelo menos uma grande parte dos "moradores" do #10. Minha cama à esquerda (com um bando de firsties nela) e acama da Eli à direita, abaixo da bandeira de Pace
Na frente: eu e Eli. 
De cima pra baixo: Louisa (França), Anette (Noruega), Mandula (Países Baixos), Malak (Egito), Lucas (Brasil) e Simon (Bélgica).