domingo, 23 de setembro de 2012

80's party, desfile, "A Branca de Neve e as Sete Anãs" e dormindo no porão

Bengisu é uma das pessoas incríveis que se dispõe a organizar as nossas fantásticas festas temáticas! Parece besta, mas é absurdamente divertido andar pela residência e ver todo mundo se arrumando, bater em uma porta aleatória e perguntar por uma peça de roupa, bater em outra porta e pedir pra garota da Macedônia fazer sua maquiagem... Essa é a vida em Musala.
Se vestir pra uma festa dos anos 80 é ridiculamente fácil: pegue todas as roupas coloridas que você tem e vista-as desde que elas não combinem. E claro que cabelos cacheados são a melhor parte. A pior parte, com certeza, foi andar de Musala até Abrasevic de salto alto e depois tê-los arrebentados enquanto dançava e ter que voltar pra Musala no final da noite descalça. Mas a festa foi maravilhosa, fechou a sexta-feira com chave de ouro. A música foi incrível, embora muita gente tem odiado. A música dos anos 80 é tão bizarra que é completamente dançável.


Pra continuar celebrando os 50 anos do UWC, tivemos um desfile (aqui eles chamaram de "Parade") da Spanish Square até a Old Bridge, cantando e exibindo nossas bandeiras. Foi muito divertido, uma energia muito boa, emoção, sorrisos de uma orelha até a outra, pessoas saltitando e pulando... Foi uma delícia!
Mas sempre me faz questionar o uso que fazemos das nossas bandeiras... Por que elas tem que representar o país de onde viemos? Nesses pequenos momentos, o nacionalismo aparece... Me deparei com uma cena bastante interessante: os 7 alemães e os 7 holandeses cantando seus próprios hinos nacionais e músicas nacionais, como que num duelo. Era claramente uma brincadeira, mas me faz pensar: será que nós percebemos quando o nacionalismo ultrapassa o limite da brincadeira e entra na parte pesada? Porque pra mim é difícil entender essa força que o nacionalismo tem na Europa e como ele está renascendo de novo (o que eu não sabia antes de uma discussão interessantíssima que tivemos em Political Visions and Global Trends). E dizem que o UWC te faz mais nacionalista, o que é loucura...



Anna, eu, Bo e Aurelia

Eu e Bengisu

Saffron (UK) e eu

Peya (Namibia), eu e Elisaveet (Grécia)

Ibrahim (Iraque) dirigindo sua bicicleta pela Old Town

Eu e Filip (Mostar)
Segundo ano adotiva: Ana Dilber (BiH)

O terceiro título desse post pode parecer loucura da minha cabeça. Mas ele se refere ao início de uma nova fase: a fase artística. Já sinto que vou aprender muito, que vou me abrir muito e que vou mudar muito nas aulas de teatro. Duas semanas atrás, eu resolvi ter Theatre como minha 7ª matéria, o que parece besteira, mas eu queria muito experimentar e eu sabia que não ia conseguir aguentar 2 anos sem Teatro.
Tudo começou na segunda-feira, quando eu e Tamar saímos correndo de Political Visions and Global Trends pra não nos atrasarmos pra primeira aula. Isso porque minha roommate, Veronika, que faz Theatre, disse "não se atrasem, é sério". Quando passávamos em frente ao Hotel Bristol, que fica exatamente no meio do caminho entre a escola e Musala, nos deparamos com a turma de teatro dos segundos anos, que nos mandaram correr (eles realmente acham que a gente só correu porque eles mandaram e não porque não queríamos nos atrasar). Chegamos no porão de Musala e entramos no Theatre Studio, esperando pela professora.
Óbvio que eu não caí por nada que aconteceu em seguida, mas os segundos anos fingiram que a professora estava muito brava com eles e com humor horrível. A primeira coisa que eu ouvi Snejana (sei lá como se escreve) dizer foi "shut up, Oliver" e eu vi a cara de assustada da Tamar. Fizeram uma cena ridícula pra fazer ela parecer muito assustadora, mas em uma semana eu percebi a pessoa incrível que ela é e o quanto eu vou aprender com ela.
Snejana mora atualmente na Eslovênia, mas nasceu em Mostar. Já morou na Inglaterra, na França, na Alemanha e em diversos lugares por causa do trabalho. Ela vem pra Mostar uma vez por mês e é quando temos o nosso intensivão de aulas. Dez dias de aulas (incluindo Sábados), três horas por dia. Duas dessas horas trabalhamos junto com os nossos segundos anos, que são simplesmente incríveis. Eles são sete no total: Spencer (EUA), Damir (BiH), Veronika (República Tcheca), Peya (Namibia), Myriel (Austria), Oliver (España) e Bebo (Egito).
Na primeira aula, éramos 9 primeiros anos. Mas agora já considero que somos 7 (Ajsa trocou Theatre por German Ab initio e Victor nunca aparece nas aulas...). Por isso o título do post. Snejana significa "Branca de Neve" na língua local e, coincidentemente, somos 7 garotas e todas meio baixas. Somos eu, Bengisu (Turquia), Lushik (Egito), Tamar (Israel), Amina (BiH), Elisaveet (Grécia) e Anna (Holanda). Nossa Branca ficou bastante animada com nossa turma (embora ela não seja uma pessoa que demonstra muitas emoções...), disse que esse ano vai ser muito bom. Ela já está procurando peças pra começarmos a trabalhar. O primeiro ano vai ser bem prático e só no segundo ano vamos começar a escrever e trabalhar bastante. Por enquanto, estamos brincando com tipos de movimentos e qualidades dos mesmos, e também brincando com improvisações.

A última celebração dos 50 anos foi uma noitada no porão de Musala pra todos aqueles interessados, de sábado para domingo. O tema da noitada foi "Mudança Climática" e assistimos 3 filmes. Ok, eu só assisti um, porque acabei dormindo no segundo e subi pro quarto da Bengisu no 3º. Mas depois de assistirmos "Uma Verdade Inconveniente", que foi um dois filmes mais idiotas que eu já vi na minha vida (graças a uma discussão que eu tive com Ettore uns meses atrás que realmente me fez duvidar sobre o aquecimento global e como a mídia o divulga), tivemos uma conversa bem interessante. Éramos por volta de 30 pessoas, acho. Claro que todo mundo falava sobre mudanças, sobre como os governos não fazem nada e eu levantei a mão e perguntei quem sabia o que era a "Rio +20". Acho que só 6 pessoas levantaram a mão e devo dizer que não fiquei surpresa, já que a Conferência não foi, admitamos, nenhum sucesso. Mas acho interessante o quanto as pessoas reclamam, reclamam, falam, falam e não fazem a menor ideia do que está acontecendo. As pessoas engolem as informações de um filme como esse do Al Gore e nem param pra buscar o que está por trás daquilo. Qual é o interessante econômico por trás do aquecimento global? É uma questão absurdamente complicada.

PS: esse post ficou tão gigantesco que me dá sono só de olhar pra ele...
PS2: estou morrendo de sono e tenho que estudar pra prova de Biologia de amanhã... é nisso que dá socializar o dia inteiro e estudar depois do check-in.
PS3: é estranho dormir na minha cama de novo depois de 3 noites seguidas dormindo na cama de Tijana, que é roommate de Bengisu e Ana Dilber, e que esteve na sua casa pelo final de semana.

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