Engraçado como as crises políticas no colégio de repente aparecem assim, sem mais nem menos. Digo, elas estão aqui na nossa frente, mas aí de repente uma pipoca pula pra fora da panela e ali estamos, todos sentados no Spanish Room na frente de um senhor britânico nos perguntando se achamos que nossa escola deve continuar existindo. Tudo errado. Odeio dizer isso, mas a ignorância política e diplomática de vários dos meus colegas me deu nos nervos - e nos nervos de muitos outros. Há quem não sabe nada do que acontece - por não querer saber - e ainda ousa levantar, speak up pelos outros alunos. Discursos emotivos, bobos, clichês. Nada construtivos do ponto de vista do futuro dessa escola. E ali naquele momento eu senti toda aquela energia pesada no ar. Christina até parou de tricotar ao meu lado e parecia que tinha até medo de respirar; não queria fazer barulho. Eu gelei na minha cadeira e travei; não consegui nem pensar em levantar, em falar. Talvez porque eu nem soubesse a resposta pra aquela pergunta. E ali minhas energias do resto do dia se esgotaram, mesmo que eu ainda tivesse duas longas aulas e uma reunião de emergência do Student Council; o que fiz sem paixão alguma.
Mas foi assim que eu desisti de estudar para as minhas Trials, que começam depois de amanhã. Afinal de contas, por que eu me importo? Foram dois tombos essa manhã por conta do gelo nas ruas. E essas provas não valem o nível de estresse de todos nós e não valem o meu. Ligo aquele modo em que me programo pra não me importar. Seja o que for, com una sensação de culpa pessoal e decepção comigo mesma, mas nenhum arrependimento. Não consigo estudar agora. Então leio "A Hora da Estrela", cercada de pessoas muito queridas que ocupam o meu novo quarto.
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