segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

de estradas e rios

Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou

Depois de uma tal longa viagem, de uma visita saborosamente confortável, uma ida a Sarajevo e outra a Dubrovnik, me pareceu hora de capotar numa nova cama. Wakey será, pensei comigo mesmo quando me levantava de súbito antes do meu último jantar como residente de Musala. Não faltava quase nada para levar, então me pareceu deixar o vazio a caminho de outro. Sair pela porta de Musala foi um ato tão cotidiano, mas de repente com um peso brutal. Não conseguia entender o porquê de essa situação me deixar tão emotiva e tocada, mas ali estava eu com um sensação de vazio e de ansiedade ao mesmo tempo.
It was about time. Deixei pra trás não só memórias do meu ano anterior, que de repente pareciam se desvairar na minha frente, como fantasmas se despedindo numa triste dança de um baile que durou mais tempo do que deveria. Mas deixei pra trás três mosqueteiros de um filme de comédia, drama, romance; uma peça em dois atos, sem luzes, sem cenário.
Improviso meu breve futuro - quase terminado -, com uma sensação de um soldado que abandona a batalha. Uma pobre pacifista perdida em seus próprios pútridos ideais. Sem motivo algum, me voy com todos os motivos que existem. Solidão precisa que me invade num taxi a caminho de Sušac, num desespero controlável de pular e voltar correndo. Been talkin' 'bout the way things change. 

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