terça-feira, 15 de janeiro de 2013

matador

Queria poder contar aqui, escrever e rescrever o quão belo foi meu mês no Brasil e o quão belo foi assistir a cidade de Mostar se aproximando de mim enquanto o ônibus passava pelo posto de gasolina e virava na estação.... Mas eu não vou me render à essa necessidade e essa obrigação louca que eu crio pra mim mesma, de forma alguma.
O que quero escrever aqui e expressar de todo o coração é que, uau, é tão bom estar de volta. É engraçado voltar, estando tão acostumada com o lugar, com as pessoas.
Hoje, antes do começo da Assembleia, uma Sofia pingando por causa da chuva absurda abraçou amigos muito queridos dos quais sentia muitas saudades.
E essa Sofia também se viu presa dentro de casa, por causa de chuva, depois das aulas.
Essa Sofia também se pegou odiando esse lugar durante umas duas horinhas, por causa da sensação de morte dentro de Musala, com todos dormindo e estudando.
Essa Sofia, além de tudo isso, parou e se deu conta de que, ué, não dá pra julgar como esse inverno vai ser por esse dia miserável. A chuva, a neblina, a falta de qualquer luz solar me deixou pra baixo, sem dúvida.
Fui questionada por um amigo "por que no sonríes?" e eu percebi que tinha uma cara enfezada, de saudade de um Brasil que me fazia odiar o calor com todas as minhas forças, querendo arrancar todas as minhas roupas. E no meio de toda essa confusão de temperatura aqui, de sair pro quiosque, pro mercado ou pro muro de Musala uma hora de camiseta, outra de malha, outra de jaquetona... Essa mudança de temperatura, de luz, de clima, de ambiente está sendo louca pra mim. Dizem que o seu primeiro inverno é sempre o pior...
Mas além de tudo, já sinto que segundos anos estão absurdamente pressionados por deadlines, tendo que entregar a EE deles até o final de semana, entre outras milhões de coisas. Principalmente applications pras universidade.
No final das contas, nada como estar sentada no quarto #4, segundo andar de Musala, vendo os minutos e as horas passando, esperando que os próximos dias sejam melhores. Ah, e claro, que receber um carta da minha co-ano, Clara, que estuda no Mahindra (colégio do UWC na Índia), falando que a carta era pra me alegrar em dias difíceis, não podia ter acontecido em better timing.

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