sábado, 24 de agosto de 2013

'we're gonna make this place your home'

Não sei com quais palavras começar esse post. Só sei que me parece que meses se passaram desde que vi os primeiros anos entrando pela porta de Musala, com suas gigantescas malas e suas caras assustadas, com aflição de errar o inglês, de falar besteira... Tentei ao máximo - ou melhor, tentamos ao máximo - pra fazer com que eles se sentissem em casa, pra que entendessem as regras da convivência nas residências, pra que fizessem amigos. Quando sentei na estação de ônibus para aguardar a chegada de Lucas (meu querido primeiro ano), minha mente se perdeu em tantas ideias e sensações... Aquele ano doido que estava prestes a começar parecia perdido em algum lugar no topo das montanhas e eu não conseguia avistá-lo. Não conseguia dizer como seria morar na mesma residência, mas sem minhas queridas Bo, Markéta e Bengisu... Não conseguia dizer como seria ser uma segundo ano; ter que parecer tão responsável - e ser responsável em relação à escola -, ter que cuidar dos primeiros anos. Me parecia muito abstrato, surreal. Não senti uma dor de saudade dos meus segundos anos, embora me parecesse pouco provável que eles não apareceriam na frente de Musala antes do check-in pra bater papo e dar risadas escandalosas. O ônibus de Lucas estava atrasado e eu não conseguia parar de olhar o relógio no meu pulso. Toda vez que um ônibus estacionava na estação, eu corria até ele esperando que meu primeiro ano pisasse no chão de Mostar, tendo que abaixar a cabeça pra passar pela porta do ônibus. Foi só uma hora depois do previsto que isso realmente aconteceu e ele me parecia completamente destruído depois de 24h de viagem de Frankfurt até Mostar.
Agora eu não tenho palavras pra descrever o quão extraordinário tudo tem sido. Os primeiros anos são absolutamente maravilhosos e incríveis. A cada segundo, eu me impressiono mais e mais com o potencial deles, com tantos talentos, com tanto humor. É lindo! É maravilhoso poder ser uma segundo ano, passar de quarto em quarto depois do check-in pra ter certeza de que estão todos bem, de que ninguém está homesick.
Nossa Opening Ceremony foi absolutamente incrível. Passamos o dia todo organizando, planejando os esquetes, ensaiando as canções, pendurando as bandeiras em Abrasevic. O resultado foi maravilhoso. Valentina, nossa diretora, disse que foi a melhor Opening Ceremony que esse colégio já viu. Devo dizer que isso se deve aos talentos de Uri (Israel), Ogi (Macedonia), Markéta (República Tcheca), Elissavet (Grécia) e Christina (Austria) - entre outros - que arrasaram com seus talentos musicais. De certa forma, acho que a Opening Ceremony serviu mais para unir nossa geração do que pra receber nossos primeiros anos: senti que amamos demais aquilo; mais do que os primeiros anos. Percebi o quão particular nossa geração é depois que Teo (BiH) veio se desculpar por ter gritado comigo durante os ensaios; percebi que somos co-anos capazes de pedir desculpas sinceras, capazes de perceber nossos erros - algo que nossos segundos anos não eram capazes de fazer.
Estou amando cada segundo dessa semana. Nossa viagem para Blagaj ontem foi deliciosa! Minhas caminhadas para Susac com Yaara (Israel) têm sido deliciosas. Meus primeiros anos adotivos, Simon (Bélgica, nascido na Bolívia), Noam (Israel, cujos pais são chilenos) e Neva (Croácia, adotada por motivos especiais), são uns amores; gosto mais e mais de todos esses queridos primeiros anos a cada dia e tenho que agradecer por ter o melhores co-anos do universo.

Kamate  na Opening Ceremony (foto por Sindre Langmoen)

Love Generation pronta pro primeiro Kamate do ano (foto por Sjur Hamre)

 
Tocando We're Gonna be Friends com Markéta
e Bo na OC (foto por Sindre Langmoen)

Lukas (Alemanha) durante nossos Water Games (foto por moi)

Mevludin (BiH) (foto por moi)

Lucas (Brasiiil!) durante os Water Games (foto por moi)


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