Ganas de viajar
Quando viajamos, geralmente saímos de casa e para lá retornamos. Me parece estranho ter saído de casa para viajar e não estar retornando para lá ao final da viagem. Não percebi ainda que a minha viagem acaba logo, logo em Mostar. Daqui a oito dias vou estar retornando para casa depois de uma viagem, mas não pra mesma casa de onde saí logo há pouco. Não estou tão ansiosa para voltar ao colégio - embora diga estar. Parece muito estranho, agora; Mostar me parece um lugar muito longínquo e remoto, queimando sob as chamas do sol e a água do rio de cor esmeralda evaporada debaixo de pontes. Ainda penso em português. E sinto uma saudade muito estranha de meus amigos; uma vontade muito grande de voltar ao Brasil que me faz olvidar mi ganas de viajar y conocer el mundo. Logo, passa. Logo, estou por lá, feliz.
Verdades
O quão engraçado é que o livro de Caetano Veloso tenha virado a minha bíblia? Carrego-o para todo o lado, por todo o mundo. Na primeira página, abaixo do nome do primeiro dono daquele livro - Bruno Magalhães, 1998 -, assinei meu nome em tinta preta - Sofia Pontes Moreira, 2013 - e, no canto superior direito, passei a listar o nome de todas as cidades no qual ele foi - por mim - lido; e me dá gosto que a minha história se relacione com a de um livro - não a história escrita nele por milhares de palavras, mas a do objeto, do livro, daquele aglomerado e conjunto de páginas com letras impressas -. E não qualquer livro: minha bíblia, meu corão, minha torá, Verdade Tropical. Não toda a verdade, nem mesmo uma parte dela. Mas é a verdade de Caetano. E, por ora, a minha. Mas sempre naquela tropicalidade.
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