Quando Sarah dobrou a esquina e me encontrou ali, no meio da Place de l'Étoile, estava ali, sentada num banco de madeira, com a bolsa da minha câmera no meu colo, minha mochila ao meu lado e minha backpack na minha frente, assistindo as pessoas passarem naquela manhã nublada. Caminhamos por Strasbourg, embora meu mal humor não nos tenha deixado ir tão longe, já que o cansaço da viagem de ônibus, as três horas dormidas, os vinte quilos nas minhas costas e a falta de sol se uniram contra nosso passeio pela cidade. Visitamos o Museu da Alsace, o que nos fez perder o trem pro vilarejo de Sarah; tivemos que enrolar por mais duas horas pela cidade pra tomar o próximo trem. Isso nos rendeu um café enquanto nos escondíamos da chuva e tive a felicidade de ouvir João Gilberto tocando naquele pequeno lugar, numa esquina, em frente à Rue des Étudiants. Não consegui dormir o tão cedo quanto queria, por conta de milhões de mensagens e emails e de finalmente descobrir meu novo quarto e falar com minhas novas colegas de quarto (todas minhas co-anos, infelizmente, mas todas queridas).
Fui acordada bem cedo por Sarah. Nem fazia ideia de o quão agitado o dia seria. Pegamos bicicletas e pedalamos por Wissembourg. Passamos por três padarias diferentes, pra comprar coisas diferentes. Comprar baguetes, croissants, pretzels e outros tipos de pão que eu nem sei o nome. Uma experiência bem francesa. Tomamos um delicioso café da manhã que me fez pensar que eu não precisava e não iria mais comer no dia - estava muito errada. Dessa vez, pegamos só uma bicicleta: Sarah pedalando e eu sentada na frente, rindo muito de nervoso, de medo de cair. Fomos para uma casa não muito longe para cavalgar. Primeira vez que cavalguei sem cela, sobre um belo cavalo chamado Feeling. Sarah disse que eu e Feeling éramos muito parecidos: os dois "bronzeados" e morenos; dei risada. Voltamos pra casa e almoçamos (mais queijo!). Saímos de casa com as bicicletas pra encontrar um amigo dela, pra sair num tour fotográfico por Wissembourg. Terminamos o tour sentados numa pâtisserie caríssima - uma das melhores da França - comendo um doce maravilhoso que me custou os olhos da cara, mas valeu a pena. Fomos então pra uma crêperie, onde encontramos duas amigas - muito francesas - de Sarah e comemos galettes (farinha de trigo sarraceno!) muito boas, que acabaram com qualquer espaço que eu ainda tivesse no meu estômago. Pedalamos de volta pra casa; eu já cansadíssima. E aqui deixo uma descrição sucinta do meu tempo passado na Alsácia, um lugar incrível, nessa casa doida em que não há uma língua oficial. O pai de Sarah é alemão e a mãe de Sarah é francesa, mas ambos se conheceram na Inglaterra e a língua na qual eles só comunicam é inglês. No entanto, Sarah fala francês com a mãe e alemão com o pai. Tudo sobre a Alsácia é meio doido e incrível, me parece.
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