Minha vida em Mostar é tão real quanto o objetivo de tirar uma power nap por 2h e acordar 4h mais tarde. É tão real quanto cruzar sua professora favorita na porta da sua residência e ir tomar um sorvete com ela e outras duas amigas. É tão real quanto dormir sobre cometas e super-herois. É tão real quanto pensar em estar em casa em algumas semanas. É tão real quanto amanhecer numa Mostar enraivecida, chuvosa e fria para a estação de Maio.
Nem sei se eu sou irônica, brincalhona ou realista quando componho frases cheias de meus pensamentos. Sinto que parei na estação Sumaré e o metrô não anda mais. E vejo todas aquelas faces, me perguntando a suas histórias de vida, o que há por trás daquelas imagens, daqueles perfis. E vejo lá embaixo tantos carros, placas, ruas, árvores. A chuva cai na terra da garoa e eu acordo daquele sonho bizarro, numa manhã em que o sol não nasce - quem nasce é a água no horizonte. Na manhã seguinte ao acontecimento de um cachorro desaparecendo e eu sendo selecionada pra gritar com a plateia e me mostrar furiosa, admiro três câmeras fotográficas dispostas pela minha mesa e tantos livros, papeis, latas de energéticos e todo o tipo de coisa inútil espero pelo despertar do meu medo, da minha realização de mais duas provas diurnas. Olho pro meu quarto e percebo a ausência de dias... Dias.
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