É aquela dor de cabeça depois dos três dias mais emotivos que eu já vivi em Mostar. É aquela sensação de agonia, de um aperto dentro de si, e de lágrimas lutando pra sair de seus olhos... É aquela aflição de não poder abraçar ninguém sem liberar essas porteiras e expandir o mundo de fora pra dentro. É aquele sonhar tão longe e tão junto. É aquela tarde num jardim à beira do rio; uma pureza tão bela e tão gostosa que invade nossos peitos já saudosos. É aquela cesta de morangos em cima da mesa e aquele gosto de canela na língua. É um sorriso tão sincero e um carinho tão inexplicável.
É tão assustador admirar alguém dessa forma. É tão assustador antecipar todos os adeuses que terei esse mês e toda a onda de emoções que virá como uma avalanche de palavras e amores e cartas e confusões. É aquele medo de não saber lidar com nada disso, de não saber como chorar ou admitir que eu não sou uma muralha. É aquela agonia de querer escrever tudo que eu vivi nos últimos dias, sem saber como descrever os momentos desde que eu vi aquela mulher vestida em vermelho sair pela porta de sua casa e nos receber com um sorriso sincero e assustado nos lábios. É a dor de não saber como viver o futuro daqui a três meses se eu nem sei como viver o futuro de amanhã, com o amanhecer me trazendo meu primeiro exam. É aquele arrependimento por ter escrito algo que eu não consigo encarar ("- Pensei que você não acreditasse em arrependimento..." "-Eu não acredito. Não é porque eu o sinto que eu nele acredito.") que me faz querer esguelar até rasgar meus pulmões. É aquela sensação assustadoramente contagiosa de perdição, de euforia e júbilo. Aquele ser e estar guardados no meu peito como uma mina pronta pra explodir quando alguém nela pisar.
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