domingo, 11 de maio de 2014

yo no creo en caminos

Cheguei a um ponto de exaustão relacionado à privação de sono que vivi durante esses últimos dois anos - e provavelmente os últimos cinco anos da minha vida. Esse ponto de exaustão me joga num sono exacerbado, desproporcional à minha urgência de absorver conhecimento em um espaço de tempo um tanto quanto limitado.

Mas é assim que me coloco dentro de um mundo de sonhos tão real e palpável que já não sei mais diferenciar o que aconteceu no plano da realidade e o que aconteceu no plano dos sonhos. Já não sei dizer se o encontro com alguém foi parte de um sonho ou se uma conversa aconteceu na vida real. Uma confusão truculenta de falsas memórias que foram implementadas durante meu sono. Estou tão perdida nesse limbo que perco a conta dos copos de café ou das refeições degustadas durante um longo dia de estudo. Já não sei que horas acordei, porque nem sei se sonhava ou vivia. Mas, ora!, viver não é sonhar?

E aqui retomo um pensamento que me desassossegava dois anos atrás, enquanto me preparava pra me despedir da vida que havia vivido por dezesseis anos: por que diabos chamamos sonhos de sonhos? Digo, os sonhos relacionados ao nosso futuro, ao que desejamos. Por que os chamamos pelo mesmo nome que aquilo que não é real fora da nossa cabeça? Talvez seja um pensamento bobo, mas me ponho a pensar se sonhos são inalcançáveis. ("And she said 'dream choice is a university that you apply to but you won't get in.' Thank you, Sensei!") Ou se essa nomeação se refere ao fato de que o futuro está no que fazemos dele, como nossos sonhos de dormir são pura invenção nossa.

Em 11 de abril de 2012, eu escrevi:
Combustível. Essa é uma palavra essencial pra se entender a fragilidade do sonho. Talvez o sonho concreto fosse aquele no qual você não tivesse nenhuma vergonha, e, sim, completo orgulho por aquilo que você fizera na vida, pela pessoa que você se tornara. Um momento em que você olhasse pra trás e não lamentasse nenhum “erro” e não tentasse amenizar nada do que você fizera, não importasse a situação ou com quem você estivesse.
Tanta gente pensa no futuro como um lugar que você alcança através de uma estrada imaginária. Eu não consigo visualizar essa estrada, nem suas curvas e encruzilhadas. Pra mim, o futuro é um borrão, uma coisa completamente indefinida. A próxima palavra que eu vou escrever, e quem sabe apagar, é indefinida, totalmente borrada na minha visão, nesse segundo.

pero que los hay
                        hay

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