domingo, 18 de maio de 2014

estamos aquí sentados

Na terça-feira, quando eu mal conseguia dormir por conta do estresse, do medo, da loucura que me tomou na última semana, recebi um email de uma grande amiga que há muito não vejo e ela me lembrou de que o tempo que eu passei aqui não foi desperdiçado, nem mesmo um segundo dele, e ela soube me dizer isso estando a dez mil quilômetros de distância, acudindo a aflição que havia me tomado paulatinamente, mesmo que um abraço de consolo tenha me sido oferecido nos últimos segundos em que meu computador funcionava, e eu mal sabia que a ausência do desespero me traria uma ausência ainda maior de solidão e vozes sem nexo algum, enquanto observava o papel parede e a estranha iluminação, com um livro "Guia da América Latina" no meu colo, pensando que talvez o futuro seja mais eloquente do que eu possa imaginar, Go to college!, ele disse, rindo, enquanto me fazia pensar sobre a inexistência de um plano, pensar que agora pra frente há um vazio onde antes havia escola e, que, eu finalmente terminei o colegial, num súbito espasmo de terror, me levantei e parti com uma amiga bielorrúsia, sabendo que não iria mais voltar. Me gustaría escapar.

           mirando cómo nos matan los sueños.

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