No caminho da canteen pra escola, vi uma garota de cabelos negros cacheados e não consegui conter a urgência de correr e abraçá-la. Bengisu estava de volta e senti que não a via a séculos! Nos segundos que levamos pra subir as escadas, tentamos ajustar nossas agendas e "ir para um café", mas pareceu um tanto quanto complicado.
Biology, Math, Peace&Conflicts e History passaram lentamente, mas nada que uma ex-aluna da Beth
Em vez de almoçar, me enfiei no Spanish Room, completamente vazio, e sentei pra ler artigos sobre o conflito entre Irã e Israel. Nesse momento, entraram Aurelia e um homem loiro, alto, muito elegante e bonito: seu pai, com quem jantaria mais tarde. Ele não só é super simpático - e fala português -, como também é diplomata e começou a conversar comigo sobre MUN. Momentos depois, recebi um e-mail dizendo que a sessão da MUN havia sido adiada para a semana seguinte, o que me deixou absurdamente contente: café com Bengisu depois de B block!!!
A aula de English foi deliciosa! Lisa, nossa professora, juntou todos os discursos presidenciais americanos editados por nós (escolhi um discurso muito bom do Reagan) e nos entregou um booklet. Analisamos todos juntos o discurso de Lincoln, selecionado por Lushik (Egito), e depois eu e Tamar (Israel/Georgia) analisamos dois discursos de Bush. E, nossa, cada palavra que eu lia me fazia odiar mais e mais essa criatura. Não que eu não desgostasse dele antes, mas as palavras dele pegaram nos meus nervos. E comecei a resmungar muito pelo fato de ele NUNCA se referir ao seu país como "United States", "US" ou qualquer coisa do tipo, mas sempre como "America". Óbvio que eu entendo muito bem o que tem por trás disso: chamar o país de America dá uma noção de unidade, de união; enquanto United States deixa bem claro que o país é dividido em regiões que são unidas. Mas começou assim e Erika (U.S.) se proclamou e disse que fica irritada com a minha insistência em reclamar do uso do termo "America" e "americans". Eu disse que tinha aceitado o fato de que ela era "american", já que a ONU reconhece-a como americana, e não há nada que eu posso fazer em relação à isso; mas nunca, NUNCA, vou aceitar que chamem os EUA de America, porque eles não são. E o que ela me solta? "Os EUA são America porque nós somos o país mais influente do continente.". Não resisti e respondi sarcasticamente "Ah, então a Alemanha é a Europa." e a classe inteira fez barulhos me mostrando que a coisa tinha ficado um pouco feia. É óbvio que eu não estava falando sério e todos sabiam disso, mas a comparação foi um tanto quanto... delicada. Por que, hein? Só porque a America é composta por países de terceiro mundo e os EUA, enquanto a Europa tem vários países de primeiro mundo? No final da aula, pedi desculpas pra Erika e ela sorriu e disse que simplesmente precisa se defender nessa.
Uma curiosidade que aprendi na aula de inglês: a estrada principal que atravessa a Albânia só tem uma mão. Isso porque os albaneses não queriam que os EUA usassem a estrada com pista de pouso.
Fui com Bengisu para um café no News Bar. Nunca tínhamos ido lá, mas acabamos descobrindo ser um lugar incrivelmente delicioso (embora o café não tanto...). Bengisu contou-me tudo sobre sua viagem para Ljubljana, sobre a meia-maratona que ela correu e tudo o mais sobre seu Bajram. Depois tivemos a oportunidade de sentar e conversar sobre nossa vida em Mostar, sobre nossas impressões e sentimentos. E sempre trazemos à tona o assunto de que nos sentimos "home" quando estamos juntas. Não importa se estamos só sentadas uma do lado da outra estudando na frente dos nossos computadores: é simplesmente a energia e a companhia que são boas demais!! Começamos a fazer planos pro próximo termo - e percebemos que esse termo está bem no final... Depois de horas conversando, voltamos pra Musala e ajudei-a a escolher uma roupa pra usar no seu jantar com membros do consulado turco em Mostar.
Caminhei com Sara (França), Mario (Espanha) e Chloe (Reino Unido) para o restaurante, onde nos juntamos com Aurelia (Alemanha/Indonesia/China), seu pai, seu irmão (usando um casaco do CISV Brasil!!!), Carme (Catalunia), Tamar (Israel/Georgia), Yuval (Israel) e Si-Jull (Alemanha/Coreia do Sul). Tivemos um jantar maravilhoso em Del Rio, logo no final da ponte, no caminho de Musala para Mepas Mall. O pai de Aurelia perguntou-nos várias coisas sobre o colégio, sobre nossos processos seletivos, sobre nossos países... Ele sabe muito sobre tudo e fala
Minha horrível punição por não estar no meu quarto ontem pro check-in foi limpar todos os banheiros do segundo andar. O que é um tanto quanto estúpida, já que, de fato, era o meu dia de limpá-los. Mas ok, acho que a Alisa acha que eu sou bobinha e não tinha percebido isso. Fiz uma longa massagem em Toam, tentando passar toda a energia positiva possível: suas costas estão absurdamente tensas e tudo nela está tenso com as finais se aproximando. Queria ter tocado Marcos Ariel, pra imitar a mamãe e a Tha, mas descobri que esqueci de colocar o álbum do cdzinho laranja no meu Itunes...