domingo, 14 de outubro de 2012

impotência

Meu co-ano, Greg, que está Adriatic College, em Duino - Itália, andou compartilhando um vídeo no Facebook. Deixei ele aberto no meu computador durante toda a semana, esperando arranjar um tempinho para assisti-lo. Hoje, finalmente consegui sentar em Jump Jump e assistir com meus próprios olhos a incerteza e instabilidade do meu país.

Peguei-me com um sentimento absurdo de impotência e odiei estar longe e não poder fazer nada. Mas me dei conta de que não é só a distância. Sempre existe algo acima pra te parar. Lembrei imediatamente de um quadrinho que está na parede de Musala, quando subo para o meu quarto. O medo é sempre bom pra consolidar a democracia.
A política é odiada por Brasileiros, porque ela não funciona. Não importa se é ditadura, se é democracia: o ódio sempre existe. Políticos são porcos ladrões e ninguém quer realmente se envolver com eles. Só as companhias, porque, no final das contas, elas estão por trás de tudo.
E, uau, que ódio da impotência; que ódio da impossibilidade de mudar as coisas. Gente que desiste só porque, sei lá, parece que nada realmente ajuda. Os umbigos tornam-se cada vez maiores, porque olhar para fora, pro geral, e ver a dor, o medo, o perigo é horrível. Sempre é melhor chorar pelo frango do almoço ou pelo estudo excessivo do que tirar a bunda do sofá e fazer algo. Não sei que "algo" é esse. Realmente não sei, então não estou apontando dedos para ninguém. Mas sinto que o Brasil é cercado por medo, sempre encoberto por músicas maravilhosas sobre a beleza brasileira "Moro num país tropical abençoada por Deus e bonito por natureza; em Fevereiro tem Carnaval;". O Brasil fica embaixo de uma nuvem negra, não é mesmo? "Mas..." Mas nada. Não tem "mas", porque não adianta ver o lado positivo. Eu quero mudança social. Mais do que econômica, política ou cultural. Quero melhoria na educação, na saúde, nas condições do povo brasileiro.
E quando eu falo pros meus amigos no UWC que eu amo o Brasil, acho que não é verdade. Não amo o meu país. Amo a natureza, sim. Amo a cultura: na maior parte dos aspectos, excluindo o "jeitinho brasileiro". Mas não amo a entidade, porque o medo que consolida a democracia é sagaz. Tão sagaz quando unhas afiadas encravadas na pele.

"A pobreza gera capital. É uma fonte de riqueza. Mas não para quem é pobre."

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