There is no other place in the world I'd like to be right now, é o que sigo pensando. Sem parar. Num estado de euforia em que meus dedos congelam e minhas unhas se tornam roxas. Endi e eu viemos pra Sarajevo juntas e nos deparamos na pigeon square esperando os outros cinco. Sentamos num café com Vesna (minha professora de inglês, que é de Mostar, mas morou a maior parte da vida em Londres) para fazer um breve resumo dos nossos planos e dos nossos contatos. Comemos pizza e nos dirigimos para o apartamento, próximo ao centro de Sarajevo, mas subindo a montanha.
Deparei-me com uma porteira muito adorável e eu tinha uma vaga ideia de que o lugar que estaria atrás dela seria encantador. Uma árvore na minha frente me oferece uvas, que caem no chão vermelho e amarelo do outono. A vista de Sarajevo é especialmente bonita, com o sol quase se pondo e o rio passando logo embaixo. Encontrei uma rede no amontoado de folhas, entre as árvores e a pendurei, onde agora me deito, tentando ler mais sobre o Iêmen - e quanto mais eu leio, mas confusa eu fico. Enquanto isso, Tamar se ocupa em ter um surto por ter recebido um email de Bela Tarr - sim, ele mesmo - e pela possibilidade de conhecê-lo e entrevistá-lo. Me delicio com a brisa passando ao lado da rede, da churrasqueira, do tapete de folhos debaixo de mim e uma francesa/italiana estudando alemão a alguns metros de distância. Logo postaremos, no blog oficial do nosso projeto, fotos do nosso primeiro dia em Sarajevo. Sarajevo: a cidade da arte ignorada.
" - E o que vocês vão fazer em Sarajevo?
- Vamos fazer um projeto com arte. Entrevistar artistas e pessoas envolvidas no cenário artístico...
Ele riu.
- Que foi?
- Prefiro não dizer nada. Não quero arruinar suas expectativas e ilusões. Mas boa sorte: você vai precisar"
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