sexta-feira, 10 de maio de 2013

holocausto, (ini)migos e microondas

Tire sua fala da garganta
E deixa ela passar por sua goela
E transbordar da boca
Deixa solto no ar
Toda essa voz que tá ai dentro deixa ela falar

O trem vai tão lentamente... Uma mulher pula pela janela e é nocauteada com o som grave e cortante que tira sua vida. Uma criança corre extremamente desesperada e agonizando com o medo que cresce em seu peito. Foram tanto anos de alimentação de ódio, algo tão ilógico... Como?! Te prometo que não consigo entender... Os livros e as palavras ditas por professores não me parecem lógicos. Como é possível controlar uma massa de tal forma brutal?
Dois corpos adormecendo e despertando em diferentes momentos. Pés nervosos e miradas discretas. E quando eu rio, você me estira no chão, como lixo, como algo que você tem medo de enfrentar e prefere pisar em cima. E aí senta-se ao meu lado aquele senhor concordância e abraça minhas falas por segundos tão limitados e logo mais começa a falar de traduções e pixações sobre as quais não quero saber. Quero esse ar de mistério, de algo profundamente escondido, de um medo guardado exposto pra fora da garganta. E aguardo pacientemente enquanto os dias passam e eu cochilo calmamente ao seu lado, espero o segundo em que o microondas vai apitar e a comida estará pronta pra abandonar as palavras sem nexo e noção que coloco em frases e sentenças que nem eu mesma compreendo.

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