Chegando em casa, pulei em cima de uma irmã doente e dorminhoca. Meus avós vieram tomar café da manhã conosco e, apesar do cansaço de horas não dormidas no avião com os corintianos, meu ânimo estava muito pra cima. Mostrei fotos e contei muitas histórias; também ouvi outras. O almoço surpresa de aniversário da Helo foi delicioso e depois horas deitada na cama e conversando com uma das pessoas que eu mais senti falta, Neves. Havia esquecido o quanto nossas conversas fluíam e o quão fundo éramos capazes de ir quando refletindo sobre as coisas, sobre a vida, sobre relacionamentos, sobre pessoas.
A quinta-feira me trouxe uma cunhada (de consideração) muito amada, Laura, que logo mais parte para sua nova vida em New York. Tive conversas deliciosas e abraços gostosos demais, sem saber quando a verei de novo. Depois um churrasco de aniversário em que vi outras meninas e pude matar saudades que não sabia se seria capaz de matar nesses 20 dias no Brasil. Conversei com duas intercambistas recém voltadas e dei muita risada das histórias diretas da Inglaterra e da Nova Zelândia. À noite, fiz um programa absurdamente familiar: meus pais, eu e minha irmã fomos ao circo Tihany que está instalado no Parque Villa Lobos. Uma mistura de técnicas muito boas com uma representação que me deixou enojada do corpo feminino e me senti assistindo ao programa do Faustão debaixo de uma tenda de circo.
Fizemos um sleep over na casa do Neves e tive uma noite incrível. Fora jogos estúpidos, muita comida, música brasileira (sem exceções) e palavras em bósnio/sérvio/croata, senti mais uma vez que nunca parti.
As pessoas me perguntam como eu me sinto estando de volta à minha terra natal e à minha casa. Minha resposta é que parece que eu nunca parti. Além das mudanças internas e as milhões de coisas que eu aprendi, eu não cresci de tamanho e não mudei de personalidade. Sou a Sofia Pontes Moreira que deixou o Brasil em Agosto, aberta pra milhões de experiências, agora um pouco mudada, mas com o mesmo coração e ainda com todo o amor que deixei aqui. A sensação que tenho agora, nesse momento, é que Mostar foi um sonho muito muito bom. Além da mala aberta no meio do meu quarto, a perda de uns cinco tons de cor na pele, um dedão do pé trincado e amigos com nomes esquisitos no Facebook, eu não tenho evidências da minha vida em Mostar. Quer dizer, além da saudade imensa que já existe, mesmo eu tendo partido a uma semana. E do amor imenso que sinto pelas pessoas que, agora, estão em lugares diferentes do mundo.
Um sonho muito, muito bom.
São Paulo continua a mesma e as pessoas continuam as mesmas. E o Fim do Mundo devia ter sido hoje, mas nadica de nada. Fora o aumento do calor, nada mesmo.
Que venha o tal Novo Mundo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário